A Comissão de Educação do IX ELAOPA proporcionou que pudéssemos ir avançando nas discussões, como: a educação popular para a alfabetização; os efeitos das políticas educacionais sobre os docentes; as diferentes roupagens para uma mesma educação subordinada a lógicas capitalistas de dominação; as formas de resistência encontradas para fazer frente a esses quadros; o lugar da educação na sociedade, etc. No sentido de pensarmos em formas coordenadas de iniciativas para além das trocas de experiências e características da educação em cada região.
Estavam presentes diferentes sujeitos e militâncias: estudantes que tratam a educação sob sua perspectiva de militância estudantil; educadores populares que centram suas atuações muitas vezes em espaços não institucionalizados de educação, em movimentos, etc. e também professores sindicalizados e/ou atuantes em escolas particulares, estaduais e municipais.
Debateu-se os conceitos que denominam as práticas de uma educação como ação direta, transformadora e popular. Educação do povo pelo povo. Abordando a importância dos espaços educacionais serem democráticos e autogestionários, que a prática pedagógica demande das educandas e educandos a necessidade da autonomia, da reflexão e da intervenção crítica na sociedade opressora. Uma educação que vá além da competitividade de mercado, onde o professor é mero capital humano, executor de tarefas pré-concebidas pelo monopólio das editoras nos currículos e livros escolares, e onde os educandos são meros clientes de uma educação ‘bancária’, reducionista, que impõem o estudo dos objetos e de sua estética em detrimento dos sujeitos e processos da realidade.
A busca por uma educação revolucionária, aliando o trabalho, a sobrevivência e a resistência.
A luta por uma educação emancipadora toma corpo com o fortalecimento do poder popular.
“A relação pedagógica não pode ser limitada às relações especificamente ‘escolásticas’, através das quais as novas gerações entram em contato com as antigas e absorvem as suas experiências e os seus valores historicamente necessários ‘amadurecendo’ e desenvolvendo uma personalidade própria, histórica e culturalmente superior” (Antonio Gramsci). Ela é, ou deveria ser, a oposição concreta entre elite e povo, entre um poder burguês e um poder popular, entre a prática burocrática e a prática popular. Por isso a necessidade de trabalharmos na formação do educador popular e de sua inserção nos espaços educacionais.
“Insistir hoje que o estado será transformado de fora, pela contracultura, é ignorar o que a história recente nos ensinou. O estado, quando lhe interessa, sob o regime capitalista, coopta e assimila a contracultura. (...) As mudanças, ao contrário, operam-se por dentro na lenta tarefa de transformação da ideologia, na guerrilha ideológica travada na escola” (Moacir Gadotti).
“A pedagogia e a política coincidem entre si” (Antonio Gramsci).
Leonardo Schneider (educador)
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